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NETFLIX: 11 FILMES QUE TODO FÃ DE E-MUSIC DEVERIA ASSISTIR

Abr-2020

O catálogo da Netflix, plataforma de streaming de filmes e séries mais conhecida do mundo, é vasto. E para a alegria dos amantes da música, tem muito conteúdo sobre a arte musical disponível pra preencher a seção “Minha Lista” dos usuários. Os títulos vão da música eletrônica ao hip-hop, do jazz a brasilidades. Os formatos vão do longa ao curta metragem, ou documentário e séries; fica a critério do espectador.
Para os momentos de descanso em tempos onde o lazer é dentro de casa, deixamos a seguir a sugestão de onze filmes na Netflix que todo apreciador de música eletrônica deveria assistir. Além do mais é uma forma criativa de transformar os instantes de ócio em algo produtivo.

1. ANIMA

Musical – 15min (2019)

Um curta-metragem que abusa do sentido audiovisual, ‘Anima’ é uma produção de Thom Yorke, vocalista do Radiohead, que vai te levar por um passeio cheio de música, dança-teatro, pantomima e outros efeitos inesperados.

A trilha do filme de 15 minutos tem relação direta com o álbum de mesmo nome, lançado pelo autor em paralelo. Os sons desse projeto se desenvolvem com grande peso na música eletrônica experimental, repletos de efeitos de sintetizadores modulares, artifícios de criação que caem bem nas mãos de Yorke.

Anima é daqueles achados que a gente decora o nome e, vez ou outra, para dar um up na inspiração, larga tudo que tá fazendo e dá o play. A dica é se desligar de todo o restante por um momento e se deixar levar pela explosão artística contida neste curta – porém intenso – metragem.

2. CLIMAX

Filme – 1h36 (2018)

Visualize a seguinte situação: um grupo de jovens bailarinos se reúne pra comemorar um trabalho em andamento que está fazendo sucesso. A festinha rola num lugar fechado, com direito a muita música eletrônica e alguns aperitivos alcoólicos pra acompanhar.

O problema é que alguém decide sacanear o ponche servido aos convidados, batizando a bebida com uma boa dose de LSD, levando a turma inteira a vivenciar em conjunto o que virá a ser provavelmente a maior bad trip por qual todos já passaram.

Mais do que retratar o uso e efeitos de substâncias psicoativas, essa produção franco-belga também percorre mais de um estilo sensorial. A trilha sonora é totalmente embasada em música eletrônica, algo que o diretor Gaspar Noé sempre faz questão, e no caso de ‘Climax’, até aparecem tracks de Daft Punk e Aphex Twin. Além disso, o fato do enredo girar em torno de um grupo de bailarinos, ao longo da história, rola muita dança — o que pode te fazer querer saltar do sofá e pular junto com os personagens.

O desenrolar é obscuro, vale ressaltar. Então quando estiver afim de fazer uma trip mais profunda através da tela da TV (ou demais gadgets), respire fundo e embarque neste audiovisual intenso e propulsor de diversos questionamentos.

3. O BARATO DE IACANGA

Documentário – 1h33 (2019)

Entrando no clima documental, o ‘Barato de Iacanga’ conta a história do festival de música considerado por muitos como o Woodstock brasileiro. A obra de Thiago Mattar revela detalhes do Festival de Águas Claras, que rolou em Iacanga, interior de São Paulo, pela primeira vez em 1975.

O rolê com jeitinho hippie começou com os pés no rock, mas foi abraçando aos poucos a cena nacional da época, mostrando nomes grandes da música brasileira, tais como João Gilberto, Gilberto Gil, Alceu Valença e daí por diante.

Qualquer semelhança entre os relatos de produção das edições do Festival de Águas Claras com as festas e festivais de música eletrônica atuais não é mera coincidência. O gênero musical é outro, mas o objetivo maior parece ser o mesmo: unir as pessoas através e pela música.

4. ABSTRACT: THE ART OF DESIGN (T01 E03)

Série – 42min (2017)

A série ‘Abstract’, produzida pela própria Netflix, apresenta o trampo de renomados artistas de diferentes áreas do design, seja na ilustração, fotografia, arquitetura, etc.

O terceiro episódio da primeira temporada revela a magia da luz pelas mãos da cenógrafa britânica Es Devlin. Ela é a responsável por assinar projetos gigantes de lightning design para figuras também gigantes como U2, Beyoncé, Jay Z, Adele e mais.

A criatividade de Devlin, que basicamente monta palcos fazendo uso da luz, é inspiração das fortes pra se levar aos palcos e pistas que vemos e fazemos na cena da música eletrônica nacional.

5. EXPLICANDO: MÚSICA (T01 E01)

Série – 19min (2018)

A série aborda os mais diversos temas, de forma bastante didática e dinâmica, em episódios curtos. Logo no primeiro episódio da primeira temporada, o assunto é “Música”.

Com leveza, especialistas no assunto questionam e debatem desde a parte histórica da música na humanidade até os aspectos científicos e sociais da música nos dias atuais. De quebra e com tempo sobrando, também vale a pena dar uma olhada nos demais capítulos de ‘Explicando’, bastante ricos no quesito informativo e educacional.

// DICA: ASSISTA PELA ‘NETFLIX PARTY’

Pensando em um modo de conectar pessoas à distância, a Netflix criou a Netflix Party, uma extensão para o navegador Google Chrome que possibilita ao usuário assistir as atrações da plataforma simultaneamente com outras pessoas — uma boa alternativa para ter a companhia dos amigos neste período de confinamento social.

6. QUINCY

Documentário – 1h04 (2018)

Falar sobre música, num contexto geral, é, em algum momento, mencionar Quincy Jones, um dos nomes mais importantes na indústria do entretenimento musical.

Quincy é responsável pelo lançamento e trabalhos em conjunto com nomes colossais como Michael Jackson, Frank Sinatra, Ray Charles e dezenas mais. Conhecer a história da vida de Quincy e observar sua personalidade pessoal e profissional deixam o telespectador vidrado na tela do início ao fim.

7. MILES DAVIS, INVENTOR DO COOL

Documentário – 1h55 (2019)

Trompetista, compositor e um dos maiores jazzistas que o mundo já viu, Miles Davis deixou ao mundo um legado cultural único. O documentário aborda a vida e personalidade por trás do artista e, sobretudo, discorre sobre a atitude vanguardista de Miles ao reinventar sua música a fim de manter seu espaço no mercado fonográfico na década de sessenta.

8. BERLIN CALLING

Filme – 1h45 (2008)

Paul Kalkbrenner, ator principal de ‘Berlin Calling’, é produtor de techno na vida real e iria se apresentar no festival DGTL São Paulo em 2020, mas a ocasião foi adiada devido às circunstâncias da pandemia do COVID-19. No filme, Paul interpreta o DJ Ickarus, artista de sucesso viciado em drogas que batalha para impedir que o vício destrua sua carreira.

Berlin Calling é das obras cinematográficas que especulam a realidade nua e crua da vida social, muitas vezes deixada de lado por ainda ser considerada assunto tabu. Mais do que trazer a tona um tema de importante debate, o filme alemão impulsionou a visibilidade de Paul Kalkbrenner como DJ e produtor mundo afora.

9. HIP HOP EVOLUTION

Série Documental – 4 temporadas (2016-2020)

Os discos de vinil rodando nos toca-discos não são a única coisa em comum entre a cena do hip-hop e a da música eletrônica underground. Aliás, curiosidades sobre as premissas de cenas underground não faltam na série ‘Hip-Hop Evolution’.

São quatro temporadas com quatro episódios cada, onde o jornalista e MC, Shad Kabango, conversa com lendas da música que deram o start no cenário do hip-hop e rap nos Estados Unidos. Ao longo dos capítulos, os depoimentos exploram o panorama atual desse gênero musical.

10. WHAT WE STARTED

Documentário – 1h35 (2017)

Ao falar sobre música eletrônica mainstream e underground, é válido lembrar que há, de uma forma ou de outra, um ponto em comum entre elas: a arte. Histórias curiosas e memoráveis surgem pelo amor à arte musical e o documentário ‘What We Started’ retrata um pouco de tudo isso.

De um lado, a trajetória de um personagem já muito conhecido nas pistas de techno, Carl Cox. De outro, os primeiros passos de uma promessa do mundo do showbusiness, Martin Garrix.

Antes de tomar partido, é recomendável dar uma espiada na obra de Cyrus Saidi e Bert Marcus e ver, quem sabe, a importância da existência de cenas distintas, um dos fatores que podem levar a debates construtivos e contribuir para a aprimoração da arte musical em qualquer canto do planeta.

11. FYRE FESTIVAL: FIASCO NO CARIBE

Documentário – 1h37 (2019)

Pode parecer a trama de um filme hollywoodiano, mas aconteceu de verdade. O Fyre Festival tinha tudo pra ser um evento de música legendário no paraíso caribenho das Bahamas, mas acabou sendo uma lembrança monstruosa (no pior sentido da palavra), tanto para produtores quanto para o público.

Para descobrir como a coisa ficou tão feia, é só dar o play nesse documentário disponível na Netflix. Não é nem questão de opinião que a história do Fyre Festival é um baita exemplo do que não se deve fazer ao se produzir um evento de música por aí.

TEXTO: ANNABEL GRIGNET

Redatora oficial do Cognição Eletrônica, jornalista inquieta, discente em Música pela UNILA e foliã na cena eletrônica da fronteira de Foz do Iguaçu.