Em Julho de 2018 o Cognição Eletrônica realizou uma collab com a Serialism São Paulo #5, festa da label internacional Serialism Records que trouxe ao Brasil a célebre DJ e produtora musical tINI.
Aproveitamos a companhia da alemã para pegar algumas dicas direcionadas a quem pensa grande e almeja uma carreira artística de sucesso na cena eletrônica, assim como a dela. Vale a leitura.
Soubemos que sua primeira experiência com produção musical foi no videogame Atari do seu irmão. De que modo isso influenciou seu início na e-music?
Bem, era mais um programa de sequenciamento para produzir batidas do que propriamente um videogame.
Eu amava brincar com ele e criar vários tipos de ritmos. Infelizmente nós nunca salvamos essas tracks, então elas acabarão sendo perdidas com o tempo. Mas essa experiência definitivamente foi a semente do meu interesse pela música eletrônica.
A imagem que você passa através de suas produções, press kits e postura de palco, é de muita positividade. Muitos novos produtores têm dificuldade em encontrar sua própria identidade musical. Você acredita ser importante que a música do artista seja coerente com sua imagem e personalidade?
Eu diria que não se trata da coerência com a imagem, mas sim a autenticidade da pessoa.
Embora as influências musicais obviamente desenvolvem e influenciam o meu estilo, eu não sigo nenhuma tendência necessariamente. Se eu encontrar uma música que me inspire ou que eu goste, tocarei do meu próprio jeito. O importante é ser original.
Com base na sua experiência, quais concelhos você daria para DJ’s mulheres que estão começando agora uma carreira artística?
Não consigo dar uma resposta que se aplique a todos os tipos de carreiras artísticas mas falando sobre DJ’s e produtores musicais, independente do gênero, qualquer um que esteja começando deve estar ciente de que é preciso muito trabalho, paciência e prática.
Acho importante ter paixão e estar disposto a dar 100% para fazer o que você ama, a qualquer momento.
Você fez um b2b com Bill Patrick de 31 horas no Sunwaves. Quais as maiores dificuldades em fazer um long set nesse nível e como enfrenta-las? Um banquinho no final é essencial? ?
Adoro fazer long sets, mas esse em particular foi excepcional. Bill e eu não planejávamos tocar por tanto tempo, aconteceu naturalmente. Dois amigos tocando suas músicas favoritas, um para o outro e para uma pista lotada o tempo inteiro. Estávamos em nosso habitat natural.
A única dificuldade foi manter o nível de energia física. Nós, definitivamente, precisamos de um banquinho na última hora!
Como você costuma preparar seu repertório musical para tocar em locais desconhecidos? Especialmente quando é sua primeira vez no país.
Particularmente, eu não costumo me preparar. Sempre estou procurando por novas músicas e carregando meus discos favoritos comigo. O resto geralmente é em formato digital, então consigo tocar qualquer tipo de estilo e de set a qualquer momento. Prefiro decidir enquanto estou tocando.
Acho importante seguir a vibe do local e, principalmente, a do público. Então preparar-se antecipadamente acaba parecendo uma limitação para mim. Gosto de seguir o fluxo 🙂
O que você considera essencial na construção de um bom set?
A música certa na hora certa e habilidades de mixagem perfeitas!
Sabemos que a vida de um artista do seu nível não costuma ser fácil, passando grande parte do tempo no aeroporto e no hotel, ficando longe da família e dos amigos. De que modo você lida com essa rotina o que costuma fazer para que isso não afete sua vida pessoal e profissional?
Estive em turnê neste nível extremo por vários anos e tenho sorte de ter feito muitos amigos ao redor do mundo, então, onde quer que eu vá, geralmente tenho pelo menos um conhecido por perto. Isso deixa tudo menos solitário e mais divertido. E também tem as festas da Gangue (tINI and The Gang), que costumam ser com pessoas e artistas que eu conheço e amo.
Estou sempre animada para vivenciar novos lugares e conhecer novas pessoas, então para mim este é o emprego dos sonhos. Amo estar na estrada e não “presa” a um único lugar.
Meio que me acostumei com a mudança constante de lugares e das pessoas ao meu redor. É claro que sinto falta da minha família e dos meus amigos, mas isso me faz apreciar ainda mais o tempo que passo com eles. Sempre que posso trago amigos comigo ou meu tour manager, o que ajuda muito também.
Qual dica você daria para um brasileiro que sonha em um dia entrar na sua nova label Part of the Gang? O que você leva em consideração na escolha de seus artistas?
Não costumo analisar nada em específico. Se você me mandar uma música que seja, ao menos um pouco especial, que se encaixe no meu set e que eu ame, consequentemente irei tocar, tocar e tocar… eu não me restrinjo a estilos. Tudo é possível.
É para isso que existe a Gangue! Uma plataforma para todos os tipos de talentos e estilos.
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