fbpx

OTIMIZANDO O DESEMPENHO DOS SEUS MONITORES DE ÁUDIO

Dicas & Guias

Os monitores de áudio tanto podem ser os maiores aliados de um produtor musical quanto os seus piores inimigos. Um pequeno deslize na regulagem e no posicionamento de um monitor pode resultar em deficiências na reprodução do som, enganando os ouvidos do produtor no momento de criar um timbre, posicionar um instrumento ou corrigir um simples volume.
Se você anda insatisfeito com a acústica do seu estúdio caseiro, nosso conselho é que não seja tão duro consigo mesmo, pois esta é uma ciência complexa. E por conta dessa complexidade, existem locais especializados no desenvolvimento de projetos acústicos, como é o caso da Acústica Design, empresa que já assinou mais de 210 projetos de estúdios, caseiros e profissionais, para grandes players da música eletrônica brasileira.
Quem melhor então para nos dar alguns macetes sobre monitores de áudio, se não o próprio CEO desta empresa — Fabiano Zorzan, empresário e produtor musical pioneiro no formato Live Act no Brasil que faz agora a sua estreia pelo Cognição Eletrônica.

Simetria

É primordial que você posicione os seus monitores de áudio em angulação e distância das paredes laterais e traseiras exatamente iguais. Utilize uma trena para medir e posiciona-los perfeitamente, pois até pequenas diferenças de 1cm irão interferir nas altas frequências, podendo deixar fora de fase algumas delas. Quais são as melhores distâncias? Vai depender do tamanho da sala e dos monitores. Achar o “hotspot” não é uma tarefa fácil, as dimensões da sala e o tratamento acústico interferem muito.

Um mal posicionamento dos monitores fará com que o estéreo fique desbalanceado, prejudicando a imagem do som e deixando frequências fora de fase, o que criará efeitos indesejados. Ficar posicionado no ¼ de onda de frequência de ressonância da sala gera um efeito de anulação, criando aquele “buraco” nas frequências graves.

Distância entre as Caixas

O famoso triangulo equilátero entre monitores e ouvinte é a melhor opção:

Geralmente, no manual do monitor de áudio o fabricante especifica qual a distância ideal para que se tenha o melhor aproveitamento. Quanto maior o monitor, maior a distância. Em alguns casos onde a sala é pequena, é possível abrir ou fechar um pouco a distância para que se tenha uma resposta melhor nos graves.

Tamanho de Monitores e Subs

O tamanho da sala irá ditar o tamanho do monitor. Uma sala pequena com monitores muito grandes não terá área de superfície de tratamento acústico o suficiente para absorver e dissipar a pressão sonora, criando áreas de grande volume em certas frequências, principalmente, nos médio-graves e graves. Em uma sala grande com monitores pequenos, a falta de pressão sonora e falta nos graves será o problema.

Subwoofers podem ser utilizados tanto nas salas pequenas quanto nas grandes (sempre respeitando o tamanho do sub conforme o tamanho do local). Em salas que não possuem dimensões favoráveis para um bom desempenho acústico, diferentes posicionamentos do sub possibilitam um melhor resultado.

Regulagem dos Monitores

Muitos monitores possuem nenhum, poucos ou muitos parâmetros de regulagem, como volume, equalizador, cortes de frequência, fase e posicionamentos (wall, desktop, corner). Todos estes parâmetros interferem muito no desempenho do monitor e devem ser testados e regulados. Microfones de medição com softwares de análise ajudam você a encontrar o melhor resultado. Os microfones da DBX e da Behringer são os mais populares e acessíveis. Para os softwares, as opções são diversas, como o Smaart 8, Izotop e o Waves.

Desacopladores ou Pedestais com Desacoplamento

Um bom desacoplador ajuda a evitar ressonâncias indesejáveis, principalmente quando posicionado sob a mesa de trabalho, onde teclado, cabos, equipamentos e etc., vibram, criando ressonâncias e interferências. A melhor opção é ter pedestais com desacoplamento, pois eles evitam contato com a mesa e dão mais possibilidades de posicionamento. Os melhores são os com base e estrutura em madeira pesada, e com 2 tipos de amortecimento.

Energia e Cabos

A qualidade da energia que alimenta os monitores de áudio pode interferir na qualidade e na longevidade do equipamento. No Brasil, temos muita variação de voltagem, 115 a 130 v. O ideal é estabilizar em 120v ou menos.

Dimmer de lâmpadas, fontes de LEDs, ar-condicionado e etc., criam instabilidade na qualidade da energia, fazendo com que os componentes eletrônicos dos monitores trabalhem muito mais para regula-la/limpa-la. Existem estudos que comprovam que uma boa energia pode melhorar a qualidade do som do monitor em até 15%. Equipamentos como transformadores para abaixar a voltagem (caso precise), acompanhados de condicionadores de energia ou nobreaks de dupla conversão online, além de protegerem contra surtos de energia, são as melhores opções.

Cabos e plugs de boa qualidade são itens essenciais para que se tenha o melhor sinal da saída da placa de som, além de evitarem interferências. Existe uma infinidade de marcas. As mais utilizadas são Mogami, Canare, Belden, Gothan, Monster, Anphenol e Neutrik.

SOBRE: FABIANO ZORZAN

Produtor de música eletrônica desde 1997 – à frente dos projetos Influx, Propulse e Zorzn -, designer acústico autodidata e proprietário da Acústica Design.

Website     Instagram     Facebook